Papai Noel e’ o pai da gente!
Estava pertinho do Natal, já tinha visto os presépios da Igreja de Santa Thereza, os carneirinhos e o menino Jesus. Meu pai sempre me levava lá...
Naquele dia, sem mais nem menos, meu irmão me disse que Papai Noel não existia e que era o pai da gente quem dava os presentes no Natal.
Mentira! Retruquei espantado com a informação. Não era possível, sempre me disseram que era um velhinho de barbas brancas, tem retrato dele por toda parte, até nas vitrines no centro da cidade... que estória e esta? Porque esta falando isto? Perguntei pro meu irmão...
-Você vai ver ele chegar com um monte de embrulhos, são os presentes que comprou na cidade...Falou correndo, me chamando de bobo!
Nem corri atrás, não deu vontade, preferi ficar na cama pensando no que tinha me falado...
Será? Mas como? Porque meu pai faria isto? Dizer que os presentes são dados por Papai Noel, sendo que ele é quem compra? Não pode ser ele não... Dormi... Dormi até a noite...
Quando acordei, pensei que tinha sonhado sobre o que dissera meu irmão... Mas vi que era verdade, não tinha sonhado!
Mas, pode ser mentira também...
Quando meu pai chegou, não vi embrulhos, não carregava nada! Fiquei tão alegre, pois meu irmão mentira! Meu pai estava com o mesmo jeito de todos os dias.
Amanhã será Natal, minha ansiedade era cada vez maior...
Mas, naquela tarde, vi, sem querer ver, em cima do armário do quarto de meus pais, um embrulho redondo! Subindo num banco, pude ver melhor:
Um embrulho, que só poderia ser de uma bola, tão bem embrulhada, num papel vermelho! Via mais ou menos, que tinham outros embrulhos lá em cima...
Desci, fui para meu quarto, pensando no que falara meu irmão... Era verdade o que falara: Papai Noel não existe! A bola que tinha pedido estava lá em cima daquele armário...
Meu pai deve ter trazido numa hora que eu não estava, ou então teve a ajuda de meu irmão...
Deitei só pensando nisto:
Amanhã recebo os presentes que meu pai comprou...
Não posso dizer pra ele que sei de tudo, coitado!.
.
Ele comprou tudo e procurou esconder os presentes de mim, para que eu continuasse acreditando que
Papai Noel existe...
Sobre a obra
Eu morava no Bairro Santa Thereza, realmente a descoberta que era mentira a existência de Papai Noel, foi um choque para mim. Mas fiquei com pena de meu pai, não revelei para ele que já sabia de tudo, porque não queria decepciona-lo, acho que era este o sentimento.
Bairro de Santa Thereza, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
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