Na fazenda, viviam os dez tios da minha esposa
Dona Sianinha, teve doze, duas moças completavam
O Elpídio é quem tirava o leite da fazenda
Passou por lá um vendedor que esquecera sua maleta
Como demorou voltar para buscar o esquecido
Reviraram seus pertences, pouca coisa havia
Destacava um fraque meio surrado, mas um fraque!
Mês de junho, mês frio, pra protejer as costas
Elpidio vestia o fraque, de lã, manga comprida
Lá estava o Elpídio, assentado no banco de um pé
Jogando para trás dois rabichos de ponta
Enquanto ajeitava as tetas da vaca, para o leite tirar
Poucos na roça estranhavam a vestimenta...
Mal sabiam que ela poderia ter vestido, quem sabe,
Um famoso maestro, quiçá um comendador ate' governador!
Mas o que interessava é que agasalhava o retireiro
Que do frio se livrava e o leite da manhã tirava
Pra Dona Sianinha, com ele quitandas fazer
Que levavam como merenda, na capina do cafezal
Depois da tarefa, comiam numa sombra, perto da mina...
Sobre a obra
O Elpidio era o retireiro, no mês de junho fazia muito frio, com geadas e o que ele achou mais adequado para enfrentar a baixa temperatura, foi o "fraque" e o que o incomodava era os dois rabichos do paleto' que tinham que ser jogados para trás, toda hora que assentava no banquinho de um pé só. Fazenda "Soledade", sul de Minas...Caso à mim contado, guardado e escrito.
Olha lá o Elpídio de fraque, regendo uma orquestra de quarto tetas...
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