Dezembro corria lascado, naquele ano de 1960 e o Papai Noel, um balão imenso, que tiveram a idéia de coloca-lo amarrado no "pirulito" da Praça Sete, pendia de um lado para o outro, ao sabor do vento, porque furaram-lhe, na madrugada, dizem, com um tiro de carabina, feito por algum concorrente, quem sabe, que ficara incomodado com a publicidade que fazia o nosso velhinho, do Banco da Lavoura e do seu cofrinho de poupança, induzindo as criancinhas a depositarem naquele estabelecimento, pois melhor propagandista não haveria naquele mês.
Cheguei junto do Seu João Gualtieri, mestre de obras daquele Banco, que estava ao lado de um senhor muito agitado com a situação, pois o grande boneco, esvaziando aos poucos, sem querer, assentava na ponta do "pirulito", levando uma espetada de acordo com o vento, ficando hilária a situação: Um imenso boneco, levando espetada de um "objeto" pontudo no qual estava amarrado...
Rindo muito da situação e chamando pelo Seu João, que com uma cara séria, tentava me repreender, sempre piscando os olhos, pois ao seu lado estava um senhor muito agitado, que perguntava, com cara de poucos amigos, quem eu era... Seu João, demonstrando grande presença de espírito, falou que se tratava de um vizinho dele, e que deixasse pra lá...
Lógico que eu vendo a situação, me manquei e saí fora imediatamente, observando de longe os dois...Seu João e aquele senhor agitado ...
A multidão ria da engraçadíssima situação, pois quanto mais esvaziava, mais espetadas levava na imensa bunda...
Já quase vazio, chega os Bombeiros, usando uma escada: Cortaram as cordas e recolheram aquele imenso boneco que passara a noite só e desprotegido, com um furo não se sabe aonde...
Entrei no Banco, pois era ali mesmo na esquina e o meio dia já se fazia presente. Peguei o elevador, com cuidado, pois podia topar com aquele senhor enraivecido, que já desconfiava ser uma pessoa importante, quem sabe daquele banco e tenho certeza, sofreria algum tipo de punição, preço que pagaria por ter sorrido tão abertamente... Desci como sempre no 11º andar, correndo para minha prancheta, pensando no que havia passado!!!
Ainda da janela eu via, lá em baixo, uma pequena multidão em volta do balão sendo enrolado...
Logo depois, topo com Seu Jõao, me dizendo que aquela pessoa agitada era , Gilberto Faria, dono do banco e que eu passei por um risco terrivel, pois seria colocado na rua imediatamente, caso descobrisse que eu trabalhava no seu estabelecimento.
Sobre a obra
O Banco da Lavoura tinha colocado um imenso balão de Papai Noel, naquele mes de Dezembro."Ancorado" no Pirulito da Praça Sete... Plainava ao sabor do vento, fazendo propaganda do "cofrinho" do "Lavourinha", induzindo as criancinhas a depositarem sua poupança naquele estabelecimento. Alguem, não se sabe quem, parece que na madrugada furou com um disparo o belo balão que ao esvasiar, se assentava na ponta do Pirulito, marco da cidade. Quando levava uma "espetada", todo mundo ria...
Mas rir perto do dono do Banco, faz muita diferença...
Dezembro de 1960, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
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