quarta-feira, 5 de maio de 2010

O golpe perfeito...

O golpe perfeito...

Helena tinha passado há pouco no concurso do Banco do Brasil e fora mandada para uma cidade de porte médio no Amazonas.
Muito esforçada e interessada no trabalho, logo foi premiada com um curso de caixa executivo em que se saiu muito bem...
Uma agência, cujo movimento era atípico, pois mesclava meses de muito movimento com meses de extremo marasmo...
Helena logo foi aproveitada como caixa executivo e substituía por vezes o tesoureiro que estava as voltas com uma licença de saúde...
Era tão desenvolta no seu trabalho que o Gerente não se surpreendeu ao vê-la dentro da Tesouraria, sozinha, atendendo os caiex que eram nove, em todas as suas solicitações, bem como fazia o fechamento do caixa todos os dias com perfeito esmero...
O tempo foi passando, 10 dias, um mês, sem que o titular voltasse ao trabalho, pois foram informados que o problema dele era grave e demandaria uma prorrogação na licença saúde, por tempo indeterminado...
Não se importou muito a gerência, pois Helena se mostrava extremamente apta a substitui-lo, apesar do pouco tempo e traquejo com as artimanhas do trabalho...
De manhã bem cedo mesmo já estava na tesouraria, que era no subsolo do Banco fazendo as conferências devidas e municiando os"caiex" nas suas necessidades...
O cofre forte sempre aberto com as duas portas de aço dobradas para o lado, deixando à mostra as pilhas de dinheiro que iam da frente para o fundo do cofre...

Helena era uma moça bonita, chamava atenção dos colegas, sempre com justas saias e blusa com belos decotes... Nos intervalos, ficava quase sempre de pernas cruzadas retocando a maquiagem, porque realmente o trabalho ela o levava sempre em dia, sobrando tempo para se distrair, quase sempre se pegando olhando aqueles maços de notas de 100 empilhados e enchendo o fundo daquele velho cofre...

Um belo dia teve um pensamento, que combinava com seus sonhos de viver no exterior, em lugar desconhecido e tranqüilo... Preciso de dinheiro, muito dinheiro! Pensava:
Se eu levasse um pacote de notas de cem, tiradas do fundo deste cofre, garanto que ninguém iria notar, pois os da frente, não mexeria nunca! Pensamento louco, sai pra la', pensou a bela donzela...

Os dias foram passando e a idéia não lhe saia da cabeça... Pegar uma nota preta e se escafeder no mundo...
Era tanto pensar e planejar paralelamente a sua repulsa a este ato, que não teve jeito:
Resolveu levar consigo, uma bolsa tipo sacola para o trabalho...

Um dia não agüentou, meteu um maço de notas de cem dentro da bolsa, fechou o cofre e foi pra casa.
Todos os dias era a mesma coisa, mas era tanto dinheiro, que foi comprando dólares e guardando...

O titular da Tesouraria, não voltava pro trabalho, quando ela resolveu dar o golpe final...
Tiraria todos os maços restantes naquela sexta feira, deixando somente os da frente do cofre, mesmo porque queria que a aparência do saque ficasse, quem sabe por algum tempo, maquiada, para que ela tivesse mais tempo, quem sabe de limpar as pistas para onde fosse morar...

Sacola cheia, não trocou por dólares naquele sábado, pegou os que tinha acumulado, mais de dois milhões, colocou-os na mala misturado com as roupas...
Com a passagem comprada, seguiu para algum destes paraísos fiscais...

Na segunda feira... Nada de Helena aparecer...
-Hoje ela faltou, engraçado, não avisou a ninguém...

-Menina esforçada, logo, logo, vai avisar a gente, falou o Gerente arrumando um substituto na hora...


Sobre a obra
Fato verídico, acontecido numa agência do Banco do Brasil e não divulgado.

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