O Camelô
O Mercado Municipal era perto de casa
Da Av Olegário Maciel, aonde morava, era um pulo.
Volta e meia estava lá com meu irmão
Para ver os camelôs fazerem mágicas !
Tinha a "Dona Catarina" uma cobra imensa...
Nem com as varadas dadas na sua caixa, ela mexia
"Dona Catarina" vai dar um pulo e comer uma dúzia de ovos!
Gritava, o Camelô, chamando cada vez mais atenção
Todos se amontoavam em torno dele...
Eu via agachado, la' na frente, a cobra dormir...
Mas ela acorda e pula na mesinha dele, pensava...
Ele abre outra caixa, mostra pra multidão:
Um produto embrulhado num papel celofane amarelo, bonito!
Passa "Pasta Amazonense" ! Cura calos, cravos espinhas!
Ainda tem um brinde dentro, pode ser relo'gio! Dizia...
Puxa! Um relo'gio, pena não ter dinheiro!
Todo mundo comprava,
-Olha so', o amigo aqui ganhou um relogio!!!
Ai aumentou o interesse...
As mãos dele estavam cheias de notas...
Eu, olhava a "Dona Catarina" dormindo,
Não acordava pra nada...
Sobre a obra
Alí, no Centro de Belo Horizonte, no Mercado Municipal, se reuniam os Camelôs para venderem seus produtos(o quadrado a esquerda na foto)...Alguns usavam de mágicas vendendo loções de procedência duvidosa...Todos compravam, ficavam encantados com os possiveis brindes. Os que ganhavam relógios eram os que ja' estavam combinados com o Camelô, mas ninguém desconfiava. A Dona Catarina, famosa cobra, nunca saia da caixa, mas ele insistia dizer que chuparia uma dúzia de ovos, falava enfaticamente batendo na caixa, com uma varinha. Eu não tirava os olhos dela...Década de 50.
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