quinta-feira, 30 de junho de 2011

O filme de amor...

Minha irmã quando ia ao cinema,
Sempre me levava como companhia
Eu detestava os filmes que ela gostava
Filme de amor, uma falação do começo ao fim...

Eram tão ruins que decidi não acompanha'- la mais
Um dia, ela insistiu tanto!
Disse que o filme era bom
Que acreditei nela

Cinema Glória, lotado
O filme devia ser bom
Ela chamou até o baleiro
Comprou balas

O filme começa; é a mesma falação!
O tempo todo, a mesma coisa
Quase não agüentava mais
Então o filme termina...

Com um beijo

A Tarefa...

Quando o João Antônio me convidou para ver o serviço
Não pensei duas vezes:
Preparei a matula!
De manhã cedinho, já estava montado na égua arreada!

Andei pelo caminho do jequitibá, até chegar lá
O café do palmito, só mesmo tarefa pra dar jeito
Tinha mato até na cintura!
Cem pés de tarefa estavam de bom tamanho

A turma suava por entre lobeiras e braquiárias
Num pique só, iam espalhando o perfume do mato
Só parando, pra acender o cigarro de palha, que teimava apagar.
Onze horas, tarefa terminada.

No braseiro, as marmitas enfileiradas, juntei a minha
Assentados à sombra da castanheira
Eu via a mina minar água serena
Numa folha de inhame apanhei pra beber

Água dançava pra lá e pra cá
Equilibrava pra não cair e bebia
Só aí que notei:
As gotas d’água pareciam prata no fundo verde da folha!